quarta-feira, 16 de abril de 2014

Heleno de Freitas

 “O futebol, fonte das minhas angústias e alegrias, revelou-me Heleno de Freitas, a personalidade mais dramática que conheci nos estádios deste mundo”. Armando Nogueira.


Não nos deteremos aqui sobre os frios dados estatísticos. Estes podem ser facilmente conseguidos em fontes oficiais e confiáveis. Nos debruçaremos sobre o personagem Heleno, rico em detalhes cativantes, polêmicos e originais.

Gosto, particularmente, da romantização escrita por Antônio Falcão. Conta a lenda que Neném Prancha, misto de técnico de futebol e filosofo de botequim, colocava-se por detrás de uma banca de laranjas passando-se por vendedor de frutas em Copacabana. Atirava-as aos meninos e, dependendo da forma com que a recebiam, através de seu discernimento técnico, conseguia separar quem era perna-de-pau e quem seria  um futuro craque. Foi então que atirou uma delas mineiro de São João Nepomuceno e ele

... amorteceu uma laranja na coxa, deixou-a cair no pé, fez embaixada, levou-a à cabeça, trouxe de volta ao pé, que deu ao controle do calcanhar. E Neném viu que descobrira o mais fino, inventivo e temperamental craque do País. Por isso, até a morte, Neném levou na carteira de cédulas a foto desse que brilharia como ninguém no Botafogo de Futebol e Regatas - muito mais que o fulgor da gloriosa estrela solitária do alvinegro carioca.


Jogador temperamental, alguns diriam até espetaculoso, dentro das quatro linhas, tinha um futebol incisivo, contagiante, parecia ter consciência de seu papel histórico nos gramados tal e qual a forma que atuava. Sim, Heleno também atuava em campo. Foi, de certa forma, uma estrela solitária.

XXXX relata-nos um desses jogos ainda não televisionados, no qual Heleno, após driblar o goleiro e entrar com bola e tudo, retirou um pente do bolso e ajeitou os cabelos mandando beijos para a torcida. Diante do tricolor da Laranjeiras comemorava seus gols fingindo passar pó de arroz no rosto, em referência ao .Devido a esta vaidade extrema, a torcida do Fluminense  o batizou de “Gilda”, nome de um filme estrelado pela belíssima atriz Rita Hayworth, uma das principais atrizes de Hollywood na década de 1940.

Sua carreira foi encurtada devido aos seus excessos fora de campo. 


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