domingo, 1 de fevereiro de 2015

Presença da torcida, união política e vitória marcam estreia do Botafogo em 2015

Já nos minutos finais da partida, quando a vitória do Botafogo por 1 a 0 sobre o Boavista estava quase consolidada, uma torcida organizada iniciou o coro de "vem" para outra. Qualquer pensamento de briga foi logo encerrado quando a facção convidada se juntou à outra, e o grito de união ecoou em São Januário. Se dentro de campo o futebol não empolgou, fora dele foi exatamente união que se viu no primeiro jogo oficial do Alvinegro em 2015. Da torcida aos políticos que há dois meses estavam em lados opostos nas eleições presidenciais, o espírito era de reunir forças para a difícil temporada que começou.

Uma das primeiras figuras conhecidas a chegar a São Januário foi Carlos Eduardo Pereira. Sorridente, o presidente alvinegro pacientemente posou para fotos e ouviu elogios e críticas de torcedores ao circular pelas sociais do estádio do Vasco. Sem nunca tirar das mãos o rádio de pilha que remonta aos tempos em que o Campeonato Carioca era considerado o mais charmoso do Brasil e talvez não fosse assunto pelo que protagonizava fora de campo.
- Esse rádio tem história. Está comigo desde 1989. Então, nem preciso dizer que ele dá sorte - brincou o presidente, referindo-se ao título estadual que colocou fim ao jejum do Botafogo de 21 anos sem levantar uma taça.
Logo depois, sentou para conversar com Vinicius Assumpção, que em novembro foi seu adversário nas eleições. Alguns minutos depois, chegou a São Januário Carlos Augusto Montenegro, principal nome de outra chapa derrotada na disputa presidencial. Mandatário do clube de 1994 a 1996, ele deixou claro que seria oposição no Conselho Deliberativo e faria cobranças. Ao seu lado estavam Durcésio Mello, que foi candidato a vice, e Ricardo Rotenberg, vice de futebol na gestão Bebeto de Freitas e que também compunha a chapa de Montenegro.
- É preciso acreditar. Vamos apoiar - pediu Montenegro.
O termo união foi muito utilizado por Carlos Eduardo Pereira desde que venceu as eleições. Segundo ele, a junção de forças entre jogadores, dirigentes e torcedores será fundamental para que o Botafogo supere um ano que já começou economicamente complicado e que dentro de campo promete não ser nada fácil, face ao principal objetivo da temporada.
- As pessoas precisam ter em mente que o Botafogo precisa subir para a Série A no fim do ano. Caso contrário, o clube fica inviável em termos econômicos - ressaltou o presidente, em uma das conversas em São Januário, referindo-se às perdas de receitas de direitos de televisão no caso de permanência na Série B em 2016.
O espírito que se viu na arquibancada não faltou dentro de campo. Ainda apresentando falhas técnicas e em busca de consistência tática, o Botafogo mostrou-se um time solidário e unido para superar as dificuldades que se apresentaram. Empenhado em compensar suas fraquezas com empenho, o time correspondeu ao apoio da torcida e apresentou opções que podem ser úteis no decorrer das partidas, como Fernandes, Jobson e Sassá.
Se é verdade que a união faz a força, o Botafogo pode dizer que, mesmo com suas limitações, está disposto a vencer as dificuldades e fazer valer o status de grande clube do Brasil.

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