Parece que o barato saiu caro: manter Húngaro como treinador, além dos reforços questionáveis do elenco vai produzir as primeiras reações.
O Botafogo precisa de um bom resultado contra o San Lorenzo, na
Argentina, na próxima quarta-feira para se classificar para as oitavas
de final da Copa Bridgestone Libertadores. Um tropeço e a eliminação,
que não está nos planos de ninguém em General Severiano, deverá gerar
algumas mudanças profundas no departamento de futebol do clube. Vale
lembrar que a estratégia de priorizar a competição continental teve como
principal consequência a queda precoce no Campeonato Carioca, com o
Glorioso, que defendia o título, sequer chegando às semifinais.
O presidente Maurício Assumpção vem sendo muito criticado por ter
colocado dirigentes pouco experientes no departamento de futebol. O
vice-presidente de futebol, Chico Fonseca, cuida das finanças do clube e
é visto como um homem apenas de números. Sidnei Loureiro, gerente de
futebol, também encontra muita resistência. Parte da oposição diz que as
escolhas visaram apenas agradar a base aliada, de olho na eleição
presidencial do fim do ano.
Uma eliminação na próxima quarta-feira deverá gerar a queda dos dois
dirigentes. O primeiro passaria a cuidar apenas das finanças, enquanto
que o segundo teria que olhar apenas as categorias de base. Além disso, a
permanência do técnico Eduardo Húngaro está cada vez mais complicada e
uma derrota na Argentina pode gerar sua demissão.
Húngaro é contestado por torcedores, que ironizam o treinador nas
redes sociais. Na derrota de quarta-feira, o coro no Maracanã pedindo a
cabeça do trenador foi alto.
“O torcedor está no direito dele, pois pagou ingresso, apoiou o time e
esperava uma grande vitória, que infelizmente não veio. Mas seguimos
dependendo apenas de nós mesmos” lembrou Húngaro.
A contratação de um treinador experiente se tornou um dos pilares das
críticas da oposição. O pior é que a maior parte dos aliados de
Maurício Assumpção defendia essa tese. Na semana passada o dirigente foi
cobrado por conta dos protestos dos jogadores, inconformados com os
atrasos salariais. Eles cancelaram o treino de domingo passado e ficaram
sentados, de costas para o campo em outras atividades da semana. Ideias
parecidas surgiram quando Oswaldo de Oliveira era o técnico, mas o
mesmo conseguia conter o problema.
Neste clima de desconfiança que Eduardo Húngaro vai dar sequência ao
trabalho visando ao jogo contra o San Lorenzo. A princício existem
treinos previstos para a manhã de sábado e de domingo no Engenhão.
Para a partida contra o time argentino, o Botafogo poderá ter o
retorno do volante Gabriel e do atacante argentino Tanque Ferreyra,
todos suspensos contra a Unión Española. O primeiro deve entrar no posto
de Marcelo Mattos, que cumprirá suspensão por conta do terceiro cartão
amarelo recebido diante dos chilenos. Já o argentino pode assumir a vaga
do questionado Henrique. O lateral direito Edilson ganhou mais um jogo
de suspensão da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) por
conta de sua expulsão na derrota de 2 a 1 para o Independiente del
Valle, no Equador. Eduardo Húngaro deve manter Lucas no setor.
Fonte: Gazeta Press
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